domingo, 27 de fevereiro de 2011

Obrigada Izabel e {tinger_hope}!


Selo recebido da amiga Izabel.


As tarefinhas são:


1) Qual seu momento mais marcante dentro do BDSM?

Quando descobri que eu era uma pessoa normal. Que meus desejos como mulher comum não era loucuras da minha cabeça. A parti dai me assumi dentro BDSM como submissa.

2) Qual seu momento mais engraçado?

Eu não sou masoca sabe gente ? E o primeiro dominador que conheci queria me bater feio e alem disso queria que eu me deitasse com outra submissa. Como recusei pq não estava no contrato, eu fugi do hotel chorando feito louca rua afora. Hoje dou risada mas na hora eu quase morri de medo, cruz credo! Quando me lembro da cena morro de rir pq muita gente queria sabe o pq estava chorando e eu não podia falar que eu era uma submissa com medo de ser apedrejada nas ruas...rsrsrsrs...


3) Repassar para 3 blogs:




Este tbm ganhei da Izabel.

As tarefas são postar um poema para uma pessoa especial... ;), e repassar o selo a amigas especiais:

Cada uma das minhas amigas tem uma importância especial na minha vida. Então fica difícil escolher,sabe Izabel? Por isso todas se sintam homenageadas e levem o selinho caso queiram, tá bem ?


DO DESEJO

E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.

~Hilda Hilst~

Isabel, muito obrigada pela lembraça e desculpe se quebrei as regras mas me sinto mais feliz repaçando desta maneira tá bem ?

Agradecida tbm a {tinger_hope} que me ofertou o selinho Água na Boca, já postando anteriormente. Obrigada pela lembrança.

Beijos e carinhos meninas!

flor de cristal{LB} .

Lord Byron, Não Discuto


quando tu chegas, eu me esparramo para esperar que me cubras, como fazem leoas e tigresas e espero que sobre mim recaia o peso de galáxias inteiras e que à minha volta orbitem sóis, planetas em chamas, satélites instáveis. Quando tu chegas, eu deito o corpo, estendo os braços e apascento o peito para acomodar teu rosto entre meus seios e espero ser docemente pisoteada por búfalos selvagens com patas cheirando a almíscar. Quando tu chegas, abro as pernas e te ofereço meu sexo para aplacar tua fome e tua fúria e espero ser imersa em óleo fervente ao som de oboés. Quando tu chegas, eu me ajoelho e te mostro o dorso para tuas unhas rasgarem minhas costas, tuas palmas serem decalcadas em minhas coxas e espero me transformar em um animal de asas e arreios, com lírios cravados nos olhos. Quando tu chegas, estou a tua espera...eu sua, flor de cristal{LB} .


~Patrícia Antoniete~

Uma Historia de Fadas ( Caio de Abreu )



Era uma vez o País das Fadas. Ninguém sabia direito onde ficava, e muita gente (a maioria) até duvidava que ficasse em algum lugar. Mesmo quem não duvidava (e eram poucos) também não tinha a menor idéia de como fazer para chegar lá. Mas, entre esses poucos, corria a certeza que, se quisesse mesmo chegar lá, você dava um jeito e acabava chegando. Só uma coisa era fundamental (e dificílima): acreditar.
Era uma vez, também, nesse tempo (que nem tempo antigo, era, não; era tempo de agora, que nem o nosso), um homem que acreditava. Um homem comum, que lia jornais, via TV (e sentia medo, que nem a gente), era despedido, ficava duro (que nem a gente), tentava amar, não dava certo (que nem a gente). Em tudo, o homem era assim que nem a gente. Com aquela diferença enorme: era um homem que acreditava. Nada no bolso ou nas mãos, um dia ele resolveu sair em busca do País das Fadas. E saiu.




Acontece
ram milhares de coisas que não tem espaço aqui pra contar. Coisas duras, tristes, perigosas, assustadoras, O homem seguia sempre em frente. Meio de saia-justa, porque tinham dito pra ele (uns amigos najas) que mesmo chegando ao País das Fadas elas podiam simplesmente não gostar dele. E continuar invisíveis (o que era o de menos), ou até fazer maldades horríveis com o pobre. Assustado, inseguro, sozinho, cada vez mais faminto e triste, o homem que acreditava continuava caminhando. Chorava às vezes, rezava sempre. Pensava em fadas o tempo todo. E sem ninguém saber, em segredo, cada vez mais: acreditava, acreditava.
Um dia, chegou à beira de um rio lamacento e furioso, de nenhuma beleza. Alguma coisa dentro dele disse que do outro lado daquele rio ficava o País das Fadas. Ele acreditou. Procurou inutilmente um barco, não havia: o único jeito era atravessar o rio a nado. Ele não era nenhum atleta (ao contrário), mas atravessou. Chegou à outra margem exausto, mas viu uma estradinha boba e sentiu que era por ali. Também acreditou. E foi caminhando pela estradinha boba, em direção àquilo em que acreditava...


Então parou. Tão cansado estava, sentou numa pedra. E era tão bonito lá que pensou em descansar um pouco, coitado. Sem querer, dormiu. Quando abriu os olhos — quem estava pousada na pedra ao lado dele? Uma fada, é claro. Uma fadinha mínima assim do tamanho de um dedo mindinho, com asinhas transparentes e tudo a que as fadinhas têm direito. Muito encabulado, ele quis explicar que não tinha trazido quase nada e foi tirando dos bolsos tudo que lhe restava: farelos de pão, restos de papel, moedinhas. Morto de vergonha, colocou aquela miséria ao lado da fadinha.
De repente, uma porção de outras fadinhas e fadinhos (eles também existem) despencaram de todos os lados sobre os pobres presentes do homem que acreditava. Espantado, ele percebeu que todos estavam gostando muito: riam sem parar, jogavam farelos uns nos outros, rolavam as moedinhas, na maior zona. Ao toquezinho deles, tudo virava ouro. Depois de brincarem um tempão, falaram pra ele que tinham adorado os presentes. E, em troca, iam ensinar um caminho de volta bem fácil. Que podia voltar quando quisesse por aquele caminho de volta (que era também de ida) fácil, seguro, rápido. Além do mais, podia trazer junto outra pessoa: teriam muito prazer em receber alguém de que o homem que acreditava gostasse.
Era comum, que nem a gente. A única diferença é que ele era um Homem Que Acreditava.



De repente, o homem estava num barco que deslizava sob colunas enormes, esculpidas em pedras. Lindas colunas cheias de formas sobre o rio manso como um tapete mágico onde ia o barquinho no qual ele estava. Algumas fadinhas esvoaçavam em volta, brincando. Era tudo tão gostoso que ele dormiu. E acordou no mesmo lugar (o seu quarto) de onde tinha saído um dia. Era de manhã bem cedo. O homem que acreditava abriu todas as janelas para o dia azul brilhante. Respirou fundo, sorriu. Ficou pensando em quem poderia convidar para ir com ele ao País das Fadas. Alguém de que gostasse muito e também acreditasse. Sorriu ainda mais quando, sem esforço, lembrou de uma porção de gente. Esse convite agora está sempre nos olhos dele: quem acredita sabe encontrar. Não garanto que foi feliz para sempre, mas o sorriso dele era lindo quando pensou todas essas coisas — ah, disso eu não tenho a menor dúvida. E você?

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