![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJraT_H-6NBzT21JcneMDvFEwpGUp-nmQXJzKkSWBLlGVJakKOLX68Uk7i-G78CQfv-8qQKaYwc-VvO8dv_i5xn1knkgtG77awrLRL0fu2OOcGFHXCl6DhM1MOMdYsK3btsaJzBp6AP01U/s320/untitled.bmp)
Araras versáteis. Prato de anêmonas.O efebo passou entre as meninas trêfegas.O rombudo bastão luzia na mornura das calças e do dia.Ela abriu as coxas de esmalte, louça e umedecida laca E vergastou a cona com minúsculo açoite.O moço ajoelhou-se esfuçando-lhe os meios E uma língua de agulha, de fogo, de molusco Empapou-se de mel nos refolhos robustos.Ela gritava um êxtase de gosmas e de lírios Quando no instante alguém Numa manobra ágil de jovem marinheiro Arranco do efebo as luzidias calças Suspendeu-lhe o traseiro e aaaaaiiiii...E gozaram os três entre os pios dos pássaros Das araras versáteis e das meninas trêfegas.
(Hilda Hilst)
Ilustração, Bacanal (1875-1880), de Paul Cézanne